Questões relacionada ao texto:
MARX, Karl. Manifesto do Partido Comunista.
Questão
1 - O que são Classes sociais?
Na visão de Marx, as classes sociais são definidas como
grandes grupos sociais originados historicamente da divisão social do trabalho,
cada qual possuindo uma relação com os meios de produção, possuindo ou não uma
parcela da riqueza produzida pela sociedade.Para Marx, em toda sociedade que há
divisão de classes, haverá uma classe dominante, que possui os meios de
produção e controla ou influência direta ou indiretamente o Estado; e uma
classe dominada, que é explorada pela classe dominante e reproduz a estrutura
social ordenada pela classe dominante e assim perpetua a sua exploração. [1][2]
No modo de produção capitalista, encontram-se duas classes fundamentais: a
burguesia , detentora dos meios de produção; e o proletariado que não tem os
meios de produção mas vende sua força de trabalho ao burguês como forma de sobrevivência.
Para Marx os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe
dominante, ou seja, as idéias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as
mesmas idéias que a burguesia espalha. [1] [2]
Questão
2 - Quando e como surge o proletariado?
O
Proletariado é a classe da sociedade que retira sua subsistência a partir da
venda de seu trabalho. O proletariado surgiu com a revolução industrial que foi
provocada pela invenção da máquina a vapor, máquinas têxteis, tear mecânico, etc.
Tais máquinas
revolucionaram o antigo método de produção, já que as máquinas forneciam
mercadorias melhores e mais baratas do que as produzidas pelos trabalhadores a
partir dos antigos métodos. Com isso, a mão de obra e a pequena propriedade dos
operários (ferramentas, teares, etc) foram sendo desvalorizadas.
“E assim chegamos à situação atual, em que, nos países civilizados, quase todos os ramos de trabalho funcionam com o sistema fabril e em quase todos os ramos de trabalho a grande indústria suplantou o artesanato e a manufatura. Com isso, arruinou-se cada vez mais a antiga classe média, em particular os pequenos mestres-artesãos, transformou-se completamente a antiga situação dos trabalhadores e foram criadas duas classes novas, que pouco a pouco absorveram todas as demais, a saber:
a) A classe dos grandes capitalistas, que em todos
os países civilizados já tem a posse quase exclusiva de todos os meios de
subsistência, e também das matérias-primas e dos instrumentos (máquinas,
fábricas) necessários à produção dos meios de subsistência. Essa é a classe dos
burgueses ou a burguesia.
b) A classe dos que não possuem
absolutamente nada, que são obrigados a vender aos burgueses seu trabalho, para
receber em troca os meios de subsistência necessários à sua manutenção. Essa
classe denomina-se classe dos proletários ou proletariado.” [3]
Questão
3 - O que gera o movimento histórico?
Segundo o
texto de Marx " Todos os movimentos históricos tem sido, até hoje,
movimentos de minorias ou em proveito de minorias" ou seja pata Marx
somente a burguesia detinha o controle nas mudanças das relações entre as
classes e para Marx, " O Movimento proletário é o movimento independente da imensa maioria em proveito da imensa maioria", Ou seja, a classe operária tem a possibilidade de posicionar-se como
agente determinante do destino histórico do mundo moderno. [4]
Questão
4 - O que são forças produtivas?
Um conceito que
pretende exprimir, o domínio humano sobre a natureza no modo de obtenção de
bens que necessitam, usando determinada tecnologia, processo e modos de
cooperação, a divisão técnica do trabalho, habilidades e conhecimentos.[4]
"... que os homens não são livres árbitros de suas
forças produtivas - base de toda sua
história - pois toda força produtiva é uma força adquirida, produto de uma
atividade anterior. Portanto, as forças produtivas são o resultado da energia
prática dos homens, mas essa mesma energia está determinada pelas condições em
que os homens se encontram colocados, pelas forças produtivas já adquiridas,
pela forma social anterior a eles, que eles não criaram e que é produto da
geração anterior. O simples fato de que cada geração posterior encontre forças
produtivas adquiridas pela geração precedente, que lhe servem de matéria-prima
para a nova produção, cria na história dos homens uma conexão, cria uma
história da humanidade, que é tanto mais a história da humanidade porque as
forças produtivas dos homens e, por conseguinte, suas relações sociais
adquiriram maior desenvolvimento... "[5]
O conceito de
relações sociais de produção refere-se às formas estabelecidas de distribuição
dos meios de produção e do produto, e o tipo de divisão social do trabalho numa
dada sociedade e em um período histórico determinado. Ele expressa o modo como
os homens se organizam entre si para produzir; que formas existem naquela
sociedade de apropriação de ferramentas,
tecnologia, terra, fontes de matéria-prima e de energia, e eventualmente de
trabalhadores; quem toma decisões que afetam a produção; como a massa do que é produzido é distribuída,
qual a proporção que se destina a cada grupo, e as diversas maneiras pelas
quais os membros da sociedade produzem e repartem o produto. Na medida em que,
ao produzir, os homens atuam coletivamente, cooperam.
Ainda que a
cooperação seja uma relação social de produção porque ocorre entre seres
humanos, ela pode se dar tendo em vista interesses particulares, como o de
aumentar a produtividade do trabalho ou a quantidade de trabalho explorado.
Devido a condições socialmente estabelecidas - ou seja, em sociedades onde
existem classes sociais - dá-se um acesso diferenciado, segundo o grupo social,
ao produto e aos meios para produzi-lo. A distribuição - que aparece como se
fosse apenas distribuição das riquezas nada tendo a ver com a produção - é,
antes de mais nada: 1) distribuição dos instrumentos de produção e, 2)
distribuição dos membros da sociedade pelos diferentes gêneros de produção. A
quantidade de produtos a que distintos
membros de sociedades têm acesso é o resultado desta distribuição, que é parte
da estrutura do próprio processo produtivo.[6]
Questão
6 - O que é alienação e qual a sua relação com o trabalho?
De acordo com
o dicionário, alienação significa: “s.f. Ação de alienar: alienação de uma
propriedade. / Perda da razão, loucura: alienação mental. / Estado da pessoa
que, tendo sido educada em condições sociais determinadas, se submete cegamente
aos valores e instituições dadas, perdendo assim a consciência de seus
verdadeiros problemas. // Alienação a título gratuito, doação.” Para Marx a
alienação (ou seja, esse estado mental onde a pessoa perde a consciência de
seus verdadeiros problemas, tornando-se estranha a si mesma) está diretamente
relacionada às condições materiais de vida, e somente a transformação do
processo de vida real, por meio da ação politica, poderia extingui-lo.[7]
Para Marx a
origem da alienação é o trabalho, pois o trabalho cria a relação social entre o
trabalhador e o “dono do seu trabalho (patrão)”, tornando a relação do
trabalhador com o produto de seu trabalho como algo alheio a ele, que o domina
e lhe é adverso, e relaciona-se da mesma forma com os objetos naturais do mundo
externo. Isso mostra a alienação do trabalhador em relação às coisas. Podemos
observar ainda que a atividade do trabalhador tampouco está sobre seu domínio,
ele percebe essa atividade como estranha a si mesmo, assim como sua vida
pessoal, o que mostra a alienação do trabalhador em relação a si mesmo. Com
isso podemos concluir que o trabalhador e suas propriedades humanas só existem
para o capital. Se ele não tem trabalho, não tem salário, não tem existência.
Ele só existe quando se relaciona com o capital, e como este lhe é estranho, a
vida do trabalhador também é estranha para ele próprio.[8]
Questão
7 - Por que Marx vê um papel revolucionário na burguesia?
Para Marx, as
forças de produção do feudalismo já estavam esgotadas e novas forças estavam se
desenvolvendo. A burguesia teve um papel essencial na mudança dos processos
produtivos e também na organização política que colocaram fim no sistema feudal
e deram início ao capitalismo.Os burgueses modificaram os modos de organização
de trabalho e propriedade, modificaram a legislação feudal, acabando com as
obrigações dos antigos servos e tornando-os homens livres o que,
consequentemente, debilitou a aristocracia feudal e o clero. [9]
“Vimos, pois,
que os meios de produção e de troca, sobre cuja base a burguesia se formou,
foram criados na sociedade feudal. Ao alcançar um certo grau de
desenvolvimento, esses meios de produção e de troca, as condições em que a
sociedade feudal produzia e trocava, toda a organização feudal da agricultura e
da indústria, em uma palavra, as relações feudais de propriedade, deixaram de
corresponder às forças produtivas já desenvolvidas. Freavam a produção em lugar
de impulsioná-la... Era preciso romper essas travas, e foram rompidas. Em seu
lugar estabeleceu-se a livre concorrência, com uma constituição social e
política adequada a ela e com a dominação econômica e política da classe
burguesa.” [10]
Questão
8 - Por que o modo de produção capitalista é transitório?
O modo de
produção capitalista é transitório por que manteve as velhas condições de
opressão e de luta, situadas no feudalismo, somente adaptando os nomes dos
opressores e oprimidos, mantendo assim a mesma luta entre as classes. Com isso
o capitalismo estaria fadado ao fim a partir de uma revolução social. Essa
revolução social seria liderada pelo proletariado, uma vez que, de todas as
classes que lutam contra a burguesia, as camadas médias da burguesia não lutam
por uma mudança social, mas sim para garantir sua própria existência, e as
classes mais baixas (lumpemproletariado), em virtude de suas condições de vida
estariam mais predispostos a vender-se a reação para servir as suas manobras
[7].
Referências Bibliográficas
[1] QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. ver. amp.
Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. 39 - 41p
[2] http://www.culturabrasil.org/marx.htm – Acessado em
24/03/2012.
[3] http://www.moreira.pro.br/textose11.htm – Acessado em 24/03/2012
[3] http://www.moreira.pro.br/textose11.htm – Acessado em 24/03/2012
[4] QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. ver. amp.
Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. 32p.
[5]- MARX. Carta a Annenkov, p. 470-471.
[6] QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. ver. amp.
Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. 32 e 33p.
[7] QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e
Weber. 2.ed. ver. amp. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. Pag 28
[8]QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. ver. amp.
Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. Pags 49,50
[9] MARX, ENGELS. Manifesto do Partido Comunista, p.26
[10] QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. ver. amp.
Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. p. 45-47