domingo, 25 de março de 2012

Karl Marx - Parte 2


Questões relacionada ao texto:
MARX, Karl. Manifesto do Partido Comunista


Questão 1 - O que são Classes sociais?

      Na visão de Marx, as classes sociais são definidas como grandes grupos sociais originados historicamente da divisão social do trabalho, cada qual possuindo uma relação com os meios de produção, possuindo ou não uma parcela da riqueza produzida pela sociedade.Para Marx, em toda sociedade que há divisão de classes, haverá uma classe dominante, que possui os meios de produção e controla ou influência direta ou indiretamente o Estado; e uma classe dominada, que é explorada pela classe dominante e reproduz a estrutura social ordenada pela classe dominante e assim perpetua a sua exploração. [1][2] 
      No modo de produção capitalista, encontram-se duas classes fundamentais: a burguesia , detentora dos meios de produção; e o proletariado que não tem os meios de produção mas vende sua força de trabalho ao burguês como forma de sobrevivência. Para Marx os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as idéias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas idéias que a burguesia espalha. [1] [2]

     
Questão 2 - Quando e como surge o proletariado?

      O Proletariado é a classe da sociedade que retira sua subsistência a partir da venda de seu trabalho. O proletariado surgiu com a revolução industrial que foi provocada pela invenção da máquina a vapor, máquinas têxteis, tear mecânico, etc.
      Tais máquinas revolucionaram o antigo método de produção, já que as máquinas forneciam mercadorias melhores e mais baratas do que as produzidas pelos trabalhadores a partir dos antigos métodos. Com isso, a mão de obra e a pequena propriedade dos operários (ferramentas, teares, etc) foram sendo desvalorizadas.
      
“E assim chegamos à situação atual, em que, nos países civilizados, quase todos os ramos de trabalho funcionam com o sistema fabril e em quase todos os ramos de trabalho a grande indústria suplantou o artesanato e a manufatura. Com isso, arruinou-se cada vez mais a antiga classe média, em particular os pequenos mestres-artesãos, transformou-se completamente a antiga situação dos trabalhadores e foram criadas duas classes novas, que pouco a pouco absorveram todas as demais, a saber:
      a) A classe dos grandes capitalistas, que em todos os países civilizados já tem a posse quase exclusiva de todos os meios de subsistência, e também das matérias-primas e dos instrumentos (máquinas, fábricas) necessários à produção dos meios de subsistência. Essa é a classe dos burgueses ou a burguesia.
       b) A classe dos que não possuem absolutamente nada, que são obrigados a vender aos burgueses seu trabalho, para receber em troca os meios de subsistência necessários à sua manutenção. Essa classe denomina-se classe dos proletários ou proletariado.” [3]



Questão 3 - O que gera o movimento histórico?
     
      Segundo o texto de Marx " Todos os movimentos históricos tem sido, até hoje, movimentos de minorias ou em proveito de minorias" ou seja pata Marx somente a burguesia detinha o controle nas mudanças das relações entre as classes e para Marx, " O Movimento proletário é o movimento independente da imensa maioria em proveito da imensa maioria", Ou seja, a classe operária tem a possibilidade de posicionar-se como agente determinante do destino histórico do mundo moderno. [4]

Questão 4 - O que são forças produtivas?
   
      Um conceito que pretende exprimir, o domínio humano sobre a natureza no modo de obtenção de bens que necessitam, usando determinada tecnologia, processo e modos de cooperação, a divisão técnica do trabalho, habilidades e conhecimentos.[4]
      "... que os homens não são livres árbitros de suas forças produtivas  - base de toda sua história - pois toda força produtiva é uma força adquirida, produto de uma atividade anterior. Portanto, as forças produtivas são o resultado da energia prática dos homens, mas essa mesma energia está determinada pelas condições em que os homens se encontram colocados, pelas forças produtivas já adquiridas, pela forma social anterior a eles, que eles não criaram e que é produto da geração anterior. O simples fato de que cada geração posterior encontre forças produtivas adquiridas pela geração precedente, que lhe servem de matéria-prima para a nova produção, cria na história dos homens uma conexão, cria uma história da humanidade, que é tanto mais a história da humanidade porque as forças produtivas dos homens e, por conseguinte, suas relações sociais adquiriram maior desenvolvimento... "[5]

 Questão 5 -  O que são relações de produção?

      O  conceito de relações sociais de produção refere-se às formas estabelecidas de distribuição dos meios de produção e do produto, e o tipo de divisão social do trabalho numa dada sociedade e em um período histórico determinado. Ele expressa o modo como os homens se organizam entre si para produzir; que formas existem naquela sociedade de apropriação  de ferramentas, tecnologia, terra, fontes de matéria-prima e de energia, e eventualmente de trabalhadores; quem toma decisões que afetam a produção; como  a massa do que é produzido é distribuída, qual a proporção que se destina a cada grupo, e as diversas maneiras pelas quais os membros da sociedade produzem e repartem o produto. Na medida em que, ao produzir, os homens atuam coletivamente, cooperam.
    Ainda que a cooperação seja uma relação social de produção porque ocorre entre seres humanos, ela pode se dar tendo em vista interesses particulares, como o de aumentar a produtividade do trabalho ou a quantidade de trabalho explorado. Devido a condições socialmente estabelecidas - ou seja, em sociedades onde existem classes sociais - dá-se um acesso diferenciado, segundo o grupo social, ao produto e aos meios para produzi-lo. A distribuição - que aparece como se fosse apenas distribuição das riquezas nada tendo a ver com a produção - é, antes de mais nada: 1) distribuição dos instrumentos de produção e, 2) distribuição dos membros da sociedade pelos diferentes gêneros de produção. A quantidade de  produtos a que distintos membros de sociedades têm acesso é o resultado desta distribuição, que é parte da estrutura do próprio processo produtivo.[6] 

Questão 6 - O que é alienação e qual a sua relação com o trabalho?
      
      De acordo com o dicionário, alienação significa: “s.f. Ação de alienar: alienação de uma propriedade. / Perda da razão, loucura: alienação mental. / Estado da pessoa que, tendo sido educada em condições sociais determinadas, se submete cegamente aos valores e instituições dadas, perdendo assim a consciência de seus verdadeiros problemas. // Alienação a título gratuito, doação.” Para Marx a alienação (ou seja, esse estado mental onde a pessoa perde a consciência de seus verdadeiros problemas, tornando-se estranha a si mesma) está diretamente relacionada às condições materiais de vida, e somente a transformação do processo de vida real, por meio da ação politica, poderia extingui-lo.[7]              
      Para Marx a origem da alienação é o trabalho, pois o trabalho cria a relação social entre o trabalhador e o “dono do seu trabalho (patrão)”, tornando a relação do trabalhador com o produto de seu trabalho como algo alheio a ele, que o domina e lhe é adverso, e relaciona-se da mesma forma com os objetos naturais do mundo externo. Isso mostra a alienação do trabalhador em relação às coisas. Podemos observar ainda que a atividade do trabalhador tampouco está sobre seu domínio, ele percebe essa atividade como estranha a si mesmo, assim como sua vida pessoal, o que mostra a alienação do trabalhador em relação a si mesmo. Com isso podemos concluir que o trabalhador e suas propriedades humanas só existem para o capital. Se ele não tem trabalho, não tem salário, não tem existência. Ele só existe quando se relaciona com o capital, e como este lhe é estranho, a vida do trabalhador também é estranha para ele próprio.[8]

Questão 7 - Por que Marx vê um papel revolucionário na burguesia?
      
      Para Marx, as forças de produção do feudalismo já estavam esgotadas e novas forças estavam se desenvolvendo. A burguesia teve um papel essencial na mudança dos processos produtivos e também na organização política que colocaram fim no sistema feudal e deram início ao capitalismo.Os burgueses modificaram os modos de organização de trabalho e propriedade, modificaram a legislação feudal, acabando com as obrigações dos antigos servos e tornando-os homens livres o que, consequentemente, debilitou a aristocracia feudal e o clero. [9]
      “Vimos, pois, que os meios de produção e de troca, sobre cuja base a burguesia se formou, foram criados na sociedade feudal. Ao alcançar um certo grau de desenvolvimento, esses meios de produção e de troca, as condições em que a sociedade feudal produzia e trocava, toda a organização feudal da agricultura e da indústria, em uma palavra, as relações feudais de propriedade, deixaram de corresponder às forças produtivas já desenvolvidas. Freavam a produção em lugar de impulsioná-la... Era preciso romper essas travas, e foram rompidas. Em seu lugar estabeleceu-se a livre concorrência, com uma constituição social e política adequada a ela e com a dominação econômica e política da classe burguesa.” [10]

Questão 8 - Por que o modo de produção capitalista é transitório?
      
      O modo de produção capitalista é transitório por que manteve as velhas condições de opressão e de luta, situadas no feudalismo, somente adaptando os nomes dos opressores e oprimidos, mantendo assim a mesma luta entre as classes. Com isso o capitalismo estaria fadado ao fim a partir de uma revolução social. Essa revolução social seria liderada pelo proletariado, uma vez que, de todas as classes que lutam contra a burguesia, as camadas médias da burguesia não lutam por uma mudança social, mas sim para garantir sua própria existência, e as classes mais baixas (lumpemproletariado), em virtude de suas condições de vida estariam mais predispostos a vender-se a reação para servir as suas manobras [7].



Referências Bibliográficas


[1] QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. ver. amp. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. 39 - 41p
[2] http://www.culturabrasil.org/marx.htm – Acessado em 24/03/2012.
[3] http://www.moreira.pro.br/textose11.htm  – Acessado em 24/03/2012 
[4] QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. ver. amp. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. 32p.
[5]- MARX. Carta a Annenkov, p. 470-471. 
[6] QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. ver. amp. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. 32 e 33p. 
[7]  QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. ver. amp. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. Pag 28
[8]QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. ver. amp. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. Pags 49,50
[9] MARX, ENGELS. Manifesto do Partido Comunista, p.26
[10] QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. ver. amp. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. p. 45-47 



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