domingo, 8 de abril de 2012


MAX WEBER - Parte 1



1 - Qual a importância de Max weber para as ciências sociais ?


Maximilian Carl Emil Weber ou Max Weber (1864 - 1920)] foi um importante jurista, economista e sociólogo alemão,  suas ideias a respeito da sociedade diferem os autores já mencionados no blog[1]. Para Weber a sociedade não seria algo exterior e superior aos indivíduos, como em Durkheim também nega que o capitalismo explica todas as instituições e ações na sociedade, Algumas partes podem ser explicadas pelo capital porém não o  seu total. O pensamento de Weber vê que a sociedade não como um todo, e sim a ação do indivíduo no social. Para ele, a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais reciprocamente referidas. Por isso, Weber define como objeto da sociologia a ação social. 


2 - Como Weber tratava os julgamentos de valor e o saber empírico?

            Segundo Durkheim, um julgamento de valor é toda e qualquer opinião emitida sobre alguma coisa ou alguém, onde os valores considerados são independentes do sujeito (todos sabem que a bíblia é um livro importantíssimo para os católicos, mesmo sendo um ateu ou pertencente a outras religiões). Já para Weber a ideia de julgamentos de valor está associada a uma causa e um contexto que possuem uma explicação e essa explicação leva em conta os interesses e significados de quem está emitindo o julgamento, de tal forma que esses interesses e significados estejam alinhados com as ideias e valores culturais com que abordamos a realidade, pois dessa forma conseguiríamos abolir o caos de “juízos existenciais” que seriam produzidos a partir de inúmeras percepções particulares.
            Para Weber o saber empírico (saber baseado na formulação das leis a partir da observação) só se enquadra nas “ciências exatas da natureza”, pois quanto mais geral é a lei formulada, maior é o seu grau de importância, porem as ciências que avaliam “as condições concretas dos fenômenos históricos” quanto maior a generalidade das leis, menor o seu grau de importância, uma vez que para entender os fenômenos históricos devemos estar próximos da sua realidade e isso implica em uma abrangência maior no que há de comum entre os fenômenos a serem considerados, levando a uma abordagem mais abstrata e pobre do conteúdo (lei) formulado.

4 - Weber acredita na objetividade do conhecimento?

"Weber acredita que a objetividade do conhecimento científico pode ser conseguida nas ciências humanas, mas não da forma como foi colocada por outros estudiosos, entre eles o próprio Durkheim, pela importação de procedimentos das ciências da natureza. Com isso ele fez uma crítica metodológica ao tipo de racionalização que é utilizado para a elaboração do conhecimento científico. Por outro lado, fez uma crítica muito forte a inserção de valores no processo de pesquisa e análise dos fenômenos sociais. Segundo Weber a escolha do tema da pesquisa é mediado pelos valores, isto é, passa pelo crivo da avaliação pessoal, mas a consecução da pesquisa empírica não pode mais sofrer interferências de julgamentos de valor. O pesquisador deve procurar distanciar-se do objeto de pesquisa para realizar o seu trabalho livre de seus valores. Deve evitar ao máximo incluir sensações pessoais ou outros estados emocionais nos fatos observados, deve mesmo vigiar-se constantemente para evitar tais atropelos. E mesmo quando as paixões são inevitáveis e o pesquisador vê-se imbuído a fazer colocações particulares deve respeitar a todo custo um imperativo fundamental, o da imparcialidade científica." [2]
“Uma ciência empírica não pode ensinar a ninguém o que deve fazer; só lhe é dado – em certas circunstâncias – o que quer fazer. (…) Somente a partir do pressuposto de fé em valores tem sentido a intenção de defender certos valores publicamente. Porém emitir um juízo sobre a validade de tais valores é assunto da fé, e talvez também seja tarefa de uma consideração e interpretação especulativa da vida e do mundo, no tocante ao seu sentido, mas, certamente, não é tarefa de uma ciência empírica, no sentido como nós entendemos” (WEBER, 1998: 86)


5- Para Weber o que  é um tipo ideal?

De acordo com Weber, para que o sociólogo possa analisar uma dada situação social, principalmente quando se trata de generalizações, torna-se necessário criar um "TIPO IDEAL", que será um instrumento que orientará a investigação, como uma espécie de parâmetro. [3]

Um conceito ideal é normalmente uma simplificação e generalização da realidade. Partindo desse modelo, é possível analisar diversos fatos reais como desvios do ideal: Tais construções (...) permitem-nos ver  se, em traços particulares ou em seu caráter total, os fenômenos se aproximam de uma de nossas construções, determinar o grau de aproximação do fenômeno histórico e o tipo construído teoricamente. Sob esse aspecto, a construção é simplesmente um recurso técnico que facilita uma disposição e terminologia mais lúcidas [4]

Há uma certa semelhança com as ciências da natureza, onde os cientistas constroem modelos ideais para estudarem certos tipos de fenômenos, como exemplo podemos citar o "corpo negro" da física quântica.[5]




Referências:
[1]http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber#A_objetividade_do_conhecimento
[2] UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS - DEPARTAMENTO DE CIENCIAS SOCIAIS – Max Weber - ALUNOS: Camila Lúcia de Lira Camelo, João Antonio Ozório de Cerqueira, Jackson Barbosa da Costa, Maria Magaly Colares, Ednael Raoni Veloso - Recife, 2007
[3] WEBER, Max - A objetividade do conhecimento na ciência social e na política in Oliveira, Paulo de Salles (org), Metodologia das Ciências Humanas, Hucitec, São Paulo, 1998
[4] http://www.cafecomsociologia.com/2010/11/tipo-ideal-de-max-weber.html Acessado em 08/04/2012
[5] (Weber,citado por Barbosa; QUINTANERO, 2002: 113)

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