domingo, 1 de abril de 2012

Karl Marx - O Capital (Capítulo I - A Mercadoria)

 Karl Marx - O Capital (Capítulo I - A Mercadoria)



1 - Por que em Marx tudo por ser considerado mercadoria?

Marx define mercadoria como qualquer coisa cujas propriedades podem suprir as diversas necessidades que o homem possui, independente de onde se originam tais necessidades ou como elas são saciadas, seja como objeto de consumo ou indiretamente como meio de produção. A mercadoria é “composta por dois fatores: valor de uso e valor de troca”. Valor de usou pois suas qualidades a tornam útil para satisfazer as necessidades humanas, valor de troca pois possui uma relação quantitativa, um preço, do objeto em relação à outros.[1][2]

Para Marx, tudo pode ser considerado mercadoria, desde que essa coisa possua esses dois valores descritos, podendo ser vendida ou trocada no mercado. Até “a força de trabalho é uma mercadoria”, no entanto ela “tem características peculiares: é a única que pode produzir mais riqueza do que seu próprio valor de troca.”[1][2]

2 - O que é valor de uso?


Para Marx, a base de toda sociedade humana é o processo de trabalho que consiste nos seres humanos cooperando entre si para fazer uso das forças da natureza e produzirem bens que satisfazem as suas necessidades. O produto do trabalho, no entanto, deve satisfazer algumas necessidades, ser útil e é a isso que Marx atribui o termo Valor de uso, ou seja, o valor de um produto se assenta sobre a sua utilidade específica.[3]


3 - O que é valor de troca?


Na ótica do capitalismo todos os produtos do trabalho tornam-se mercadorias que não tem apenas valor de uso, mercadorias são feitas para serem vendidas no mercado, trocadas, dessa forma cada mercadoria possui o seu valor de troca. O valor de troca consiste na “relação quantitativa, a proporção na qual valores de uso de um tipo são trocados por valores de uso de outro tipo". (O Capital vol.1).[4]


Ao contrário do valor de uso, que deve satisfazer alguma necessidade especifica, o valor de troca é simplesmente o montante, direto ou indireto pelo qual uma mercadoria poderá ser trocada por outra.

4 - Relacione o valor de uso e o valor de troca ao trabalho humano concreto e ao trabalho humano abstrato.


O Trabalho Abstrato é constituído pelo tempo gasto socialmente necessário na produção de uma mercadoria e é ele que determina seu valor de troca.


"... tanto menor o tempo de trabalho exigido para a produção de um artigo, tanto menor a massa de trabalho nele cristalizado, tanto menor o seu valor” (MARX, 1988, p. 49).


O Trabalho Concreto (ou Útil) é aquele que depende da habilidade humana  que possui um fim particular, e é o que define o valor de uso.


“No conjunto formado pelos valores-de-uso diferentes ou pelas mercadorias materialmente
distintas, manifesta-se um conjunto correspondente dos trabalhos úteis diversos, - classificáveis por ordem gênero, espécie subespécie e variedade,- a divisão social do trabalho (MARX, 1989, p.49)”. [5][6]


5 - O que Kalx Marx chama de "fetichismo da mercadoria"? 


Fetichismo é o fato de que as coisas recebem propriedades que não são delas, que são distribuídas a partir das relações da sociedade.


"O fetiche da mercadoria, postulado por Marx, opõe-se à ideia de valor de uso, refere-se unicamente à utilidade do produto. O fetiche relaciona-se à fantasia que paira sobre o objecto, projetando nele uma relação social definida, estabelecida entre os homens."[8]


6 - Qual a relação entre "fetichismo da mercadoria" e trabalho social?



Existe uma relação direta entre o fetichismo da mercadoria e o trabalho social, pois “os objetos uteis só se tornam mercadorias porque são produtos de trabalhos privados, executados de maneira independente entra os produtores, e a soma desses trabalhos privados constituem o trabalho social.[10]” Observa-se que somente há o contato social entre os produtores quando existe a troca entre seus produtos (visto que a soma dos produtos privados constituem o trabalho social), e isso mostra que as relações entre os produtores não são relações sociais entre os próprios trabalhadores, mas sim como uma relação material entre as pessoas e uma relação social entre as coisas, caracterizando o fetichismo da mercadoria.


7 - Descreva um exemplo atual que expresse o que Marx denominou de fetichismo da mercadoria


Marx mostra como o homem estava tratando as mercadorias (sapatos, bolsas, etc.), estas, que com o tempo deixaram de ser um produto estritamente humano para tornarem-se objeto de adoração, a mercadoria deixa de ter a sua utilidade atual e passa a atribuir um valor simbólico, quase que divino, o ser humano não compra o real, mas sim a transcendência 
que determinado artefato representa.[9]
Na sociedade atual diversos seriam os exemplos, mais um tipo de produto que desde outros tempos,tem um alto teor de fetichismo são as pedras preciosas; Podemos citar o diamante como sendo o exemplo mais conhecido e contundente, e como diria Marx "Enquanto valor-de-uso, nada de misterioso existe nela, quer satisfaça pelas suas propriedades as necessidades 
do homem " 




Referências Bibliográficas

[1]MARX, Karl. O Capital - Volume I. São Paulo: Nova Cultural, 1985 (Capítulo I - A Mercadoria). p 165-166


[2]QUINTANEIRO, Tania. Um toque de clássicos : Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. ver. amp. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. p 43-44



[3] [http://www.espacoacademico.com.br/038/38tc_callinicos.htm] Acessado em 30 de março de 2012


[4] [https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxwcm9mZXNzb3JjbGF1ZGlvcGVudGVhZG91ZmFiY3xneDo3M2I2NTYzYTMzNTk4ZmE4]  Acessado em 30 de março de 2012


[5] [http://www.rascunhodigital.faced.ufba.br/ver.php?idtexto=719]  Acessado em 30 de março de 2012


[6] [http://dicasomeublog.wordpress.com/economia/valor-de-uso-valor-de-troca/]  Acessado em 30 de março de 2012


[7] [http://www.infoescola.com/filosofia/o-fetichismo-da-mercadoria-na-obra-de-karl-marx/] Acessado em 30 de março de 2012


[8] [http://marxengels.wordpress.com/fetichismo-da-mercadoria/] Acessado em 30 de março de 2012 


[9] [http://www.infoescola.com/filosofia/o-fetichismo-da-mercadoria-na-obra-de-karl-marx/]  Acessado em 01 de abril de 2012
 

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